APOIE UMA PUTA ESCRITORA

Olá, eu sou Monique Prada. E sim, eu sou uma escritora.

Se você me perguntar, eu de imediato te contarei: sim, eu também sou uma prostituta.

Já não sou uma jovem prostituta há um bom tempo, e mesmo quando jovem, não me adequava ao esterótipo desejado: doce, meiga, gostosa e burra. Sim, sim, isso me prejudicou bastante na minha carreira, mas essa era eu mesma, e era só com isso que eu podia contar.

O fato é que, a partir de certo momento, a escrita, a pesquisa e o ativismo feminista passaram a ocupar a maior parte, e a parte mais importante da minha vida. Se como puta, eu nada tinha a contribuir, como alguém que pensava seu mundo para além dos lençóis perfumados de bons motéis eu sabia que tinha.

Ocorre que em dado momento, se apresentou a a questão crucial: como me dedicar a este trabalho, não sendo eu uma intelectual, uma acadêmica, não contando com bolsa de pesquisa ou marido para apoiar? Algum modo haveria de existir. E surge então a possibilidade do mecenato: boa parte deste trabalho intelectual passou a ser apoiado a partir de contribuições de pessoas leitoras, que viram nele muita importância e passaram a apoiar mesmo financeiramente para que ele pudesse acontecer.

Apesar dos percalços, eu diria que este grupo é hoje um grupo sólido, mas que nem sempre está conseguindo dar conta de todas as necesssidades, em especial nesses tempos de Governo Bolsonaro e pandemia. Então, eu estou hoje aqui para te convidar a também fazer parte deste grupo e apoiar essa Puta Escritora.

Há vários modos de participar disso – seja divulgando os meus textos (o que é muito importante, pois nosso alcance ainda é bem restrito), seja apoiando diretamente minha produção através de aporte financeiro. Não importa o modo ou valor, o que realmente importa é que, a partir deste apoio, você me dá a possibilidade de seguir produzindo novos textos e pensando e repensando essas questões e ideias tão importantes e ainda assim, tão ignoradas na nossa sociedade.

COMO SE TORNAR UMA PESSOA APOIADORA?

Bom, a primeira coisa que te peço é simples e não custa nada: compartilhe meus textos. Comente no blog. Mostre a pessoas amigas. Chame esse debate para fora da nossa bolha! Tenho certeza de que isso será engrandecedor para todas nós, que temos pensado essas questões a partir do senso comum. Nós podemos mudar isso!!! Mudar o mundo a partir de nossos pequenos espaços.

COMO APOIAR FINANCEIRAMENTE ESSA PRODUÇÃO?

Por questão de praticidade, tenho adotado o PicPay., e meu usuário lá é @moniqueprada

Caso você prefira enviar seu apoio por outro canal, contate-me por e-mail: contato@moniqueprada.com.br e combinamos uma maneira que seja simples para ambos.

QUANTO A VALORES:

Nos primórdios da Internet, quando tudo aqui era mato (e eu já estava aqui), havia um site para que os “fãs” apoiassem os produtores de conteúdo. Se não me engano, chamava-se algo como Pay me a Beer. Então, eu frequentemente faço essa brincadeira entre minhas pessoas leitoras: “quem vai me pagar uma cerveja hoje?”. A ironia nisso é que raramente bebo cervejas rs.

De qualquer modo, penso que podemos seguir brincando.

Que tal:

  • me paga uma Polar? R$ 10,00, não vai pesar no fim do mês mas é um baita de um apoio
  • me paga uma artesanal – R$ 20,00 são valor suficiente pra isso?
  • opa, um bom Cosmopolitan – R$ 25,00 e tá feito
  • um vinhozinho argentino de boas – R$ 30,00 paga?
  • uma boa espumante – olha, acho que R$ 100,00 tá de bom tamanho

E aí por diante, podendo escolher pelo apoio recorrente (eu posso te lembrar todo mês) ou único.

Com o tempo, podemos pensar aqui em retribuições como lives e debates exclusivos, coisas que me vêem a cabeca!

Bora?

Esse é um meio que me ocorre de pedir apoios sem que me pareça abusivo ou humilhante, e me permite seguir retribuindo lindamente com tudo o que vocês tem me proporcionado, em todos os sentidos.

Apoie uma Puta Escritora, vamos em frente!

Se você ainda não se convenceu de que deve apoiar, mais alguns motivos

Durante séculos, a história das mulheres foi apagada e suas vozes, caladas. Por muito tempo, mulheres escritoras precisaram mesmo usar pseudônimos masculinos para conseguir publicar seus livros. Enquanto trabalhadora sexual, vivendo e escrevendo sobre o tema, o preconceito e dificuldade de publicação e divulgação são ainda maiores, ao menos quando se fala em escrever seriamente sobre o tema. Ainda assim, o PutaFeminista, meu primeiro livro, hoje ocupa as prateleiras dedicadas a livros de Ciências Sociais nas melhores livrarias do país, o que sem dúvida é uma vitória: pela primeira vez no Brasil, um livro escrito por uma autora que declaradamente exerceu e exerce a prostituição aborda diretamente questões não apenas sobre a atividade que exerce mas também sobre feminismo, maternidade, matrimônio e o trabalho dito “de mulher”. Isso não é pouco.

O apoio de minhas pessoas leitoras é essencial para que eu siga escrevendo e também pesquisando, o que me permite pensar o tema para além da minha vivência na prostituição.

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